A MESA


Todo domingo, durante a minha infância, ao meio dia, não interessava o cansaço, compromisso, lazer. Nessa hora, era sagrado sentar à mesa para almoçar em família. Outro costume era tomar café com minha mãe, me perguntando sobre a escola, sobre a merenda que iria levar nesse dia, com os cuidados que uma mãe sempre dedica.

A mesa da sala de jantar representava o personagem principal no cenário do lar.

Acompanhando o processo de evolução da arquitetura, com a chegada dos anos 80, na decoração das casas, se planejava a sala de jantar como local para reunir a família e os amigos. Costumes mudando e os projetos das moradias se transformando em espaços menores, por situações econômicas e demográficas, a tal mesa, que era tão importante no passado, deixou de existir.

Como consultor em harmonização de ambientes, entendo que esse objeto que promove a união da família, dos amigos ou encontro com você mesmo, passou a ser obsoleto. O tempo e o espaço impedem a atuação desse personagem: a mesa.

Estar à mesa é um convite para se alimentar emocionalmente, mais a falta dessa personagem pode trazer dificuldade de engolir e indigestão.  

A mesa sinaliza a forma como você esta se alimentando, combustível para fornecer energia para que a vida permaneça, embora, ela represente muito mais.

-Como esta a sua relação de afeto com a família na mesa?

-De que maneira você tem convivido com seu grupo de amigos?

-Há convites ou você convida amigos para encontros à mesa?  

Não tendo mais essa mesa nos lares como antigamente, tenha uma mesa pequena ou bancada. Não perca o habito e valorize a importância desse objeto na casa.

Por evolução da raça humana, vivendo a quarta revolução industrial, tempos modernos, perdemos a mesa. E a vida sem união, sem encontros e sem afeto segue seu caminho.

Miguel Angel.  

Nenhum comentário: