OS DUZENTOS E CINQUENTA METROS...

Quem rema sabe o que significa essa distância...

Tudo inicia quando decidimos querer viver a experiência, nesse caso, a prova.

O primeiro estágio é a preparação para a competição: treino físico, disciplina, alimentação e inteligência emocional.

Hora de largar: nervosismo, tensão, nossa mente nos diz:

-“O que estou fazendo aqui”.

Por outro lado não tem volta. Desistência não existe, é preciso enfrentar o desafio.

É dada à largada: forte, intensa e após vinte remadas entrar na velocidade de cruzeiro. Constante, firme e atento na meta de chegada, fazendo uma boa prova.

No meio da competição, as forças já foram. Visualiza-se a boia lateral e nosso corpo e mente entra em apuros. Precisamos de força para chegar e insistimos no propósito sempre. Plateia acompanhando.

Chegam os duzentos cinquenta metros finais, e nesse momento, sem força física, sem fôlego disponível. Glicose circulando, serotonina, endorfina, adrenalina, estabelecendo contato nas sinapses.

Nessa hora, é “faca nos dentes”, “sangue no olho”, “sangue na pleura”. Nossa alma aparece para nos fortalecer. Grito de alívio, misturado com satisfação, prazer, tudo junto ao mesmo tempo.

Vivo em competição desde o nascimento: Na escola, na faculdade, no crescimento das filhas, no trabalho, no casamento, nos relacionamentos e na saúde. Nem sempre ganhei medalha, mas sempre estou pronto para outra prova.

-E você, qual é a prova que está enfrentando?

Hoje, já passei da metade. Estou administrando o fôlego, respiração e as emoções, aguardando os duzentos cinquenta finais para a chegada, desta vez terei medalha.

Descanso e louros merecidos por ter participado dessa prova que é viver a cada dia.

Miguel Angel.

 

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