JANELA DA VIDA

Recentemente ao fazer uma visita a uma bucólica cidade no interior neste Estado uma cena aparentemente sem importância, naquele momento, me passou despercebida, mas, tempos depois me voltou à memória. Eram pessoas postadas nas janelas de suas casas observando o vai e vem dos transeuntes, o cenário da rua e do bairro. Elas observavam o movimento dos carros e dos vizinhos e conhecidos e se cumprimentavam com certa “intimidade” como pessoas próximas.


Fiquei no pensamento, que seriam pessoas sem ter o que fazer e ficavam “tomando conta da vida alheia” ou era uma cena comum nestas pequenas cidades onde todos se conhecem?

A cena voltou outras vezes ao meu pensamento e pensei: que motivos levavam a essas pessoas a essa atitude? Inveja? Vontade de estarem fazendo o de estar no lugar do outro? Um simples passatempo sem grande importância? Sonho de estar em outro lugar que não aquele? E outras tantas perguntas sem respostas.
Sai desse pensamento e dessa imagem e foquei no que realmente estava me chamando atenção: A JANELA

 Na análise de harmonização de ambiente e em outras linhas filosóficas a Janela é um símbolo, não é uma porta que nos comunica e nos leva ao mundo exterior, mas da janela eu posso ter uma ideia desse “lá fora” que seria o fora do nosso EU o fora de nós mesmo.

Perguntei-me, como seria o convívio dessas “pessoas da janela” com o seu mundo interno? Com a sua casa? Consigo mesmo e com sua família? Por que ficar olhando para fora da casa através da janela, observando e vivendo a vida dos outros e não sua própria vida?

É claro que na cidade grande, na correria da vida diária, não percebemos esta atitude das pessoas de olhar pela janela da casa, mas, essas janelas da cidade do interior foram substituídas pelos links das redes sociais, podendo perceber como as pessoas ficam olhando a vida dos outros pelas janelas das redes sociais. “de olho nos outros”, o que têm; o que eles/elas fazem como fazem e com quem fazem ou com que estão.

As pessoas, necessariamente, não precisam sair das janelas, mas sim  olhar para dentro das suas casas, olhar a casa interna, psíquica e emocional, para seu espaço real e verdadeiro, deixar de olhar somente o lado externo, ilusório de fora de si através das janelas dos seus olhos.

Portanto, diria que a solução seria mergulhar na sua casa interior, através dos caminhos da coragem para ver a verdade da sua existência por que isso lhe dará foco para determinar a direção correta, que só é vista a partir de um olhar para si mesmo, deixando de ver para fora da janela e desta forma, poder abrir a porta da liberdade de si mesmo, com um novo olhar e deixando o mundo entrar para suas realizações pessoais e não apenas sonhos. Deixe sua janela aberta, mas, não esqueça que precisa abrir a porta! Miguel Angel


“Aquele que olha para fora sonha. Mas o que olha para dentro acorda” (C.G. Jung).

Um comentário:

Unknown disse...

Muito Bom texto Miguel. Parabéns.