Parece que não crescemos...
Papai me manda lavar as mãos, para não me
contaminar, obriga-me a colocar máscara para não contagiar o amiguinho e não
quer que eu vá á rua porque há pessoas contaminadas e perigo de contagio. Sair
de carro, nem pensar.
Nada de visitas aos tios porque há barreiras policiais
e câmeras para fiscalizar pessoas aglomeradas.
Papai pede para ajudar ao amiguinho que não
tem abrigo, comida, vestimenta e avisa que
não vai aumentar a mesada por dois anos.
Agora vamos analisar a vida do papai.
A nossa casa têm cômodos desorganizados; faltam
pinturas nas paredes manchadas; nossos móveis precisam de consertos e até
cadeiras novas; o escritório tem papéis, livros, contratos obsoletos e envelhecidos
que não servem mais; computador lento e desatualizado de informações novas.
Nossa casa está caindo.
Fogão velho na cozinha, que já não prepara
alimento para família; despensa vazia e geladeira que não conserva mais alimentos.
O quarto dos fundos apresenta vidros quebrados na janela, por onde entram ratos
e baratas que se alimentam do pouco pão e queijo.
A cerca do jardim está sem eletrificação,
pois nossa casa não tem segurança. Totalmente vulnerável para ladrão pular e
roubar nosso botijão de gás e até a comida de nossa geladeira.
A farmacinha que está no banheiro não há remédios
há muito tempo. Talvez uma aspirina vencida para dor de cabeça.
E papai nos cobra o que ele deixou de fazer.
Papai me permita ter autonomia. Deixe que eu cresça.
Permita-me ter independência, ser adulto, para ter responsabilidade de meus atos
e não determine aquilo que você NUNCA FEZ.
Miguel Angel.
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