A PORTA SE FECHOU!...


O ciclo chegou ao fim e, a roda girou: trabalho, relacionamento, sucesso, poder, sonhos, desejos etc. E você está com o pescoço virado para trás, incrédula/o de que o presente recente já se converteu em passado e ainda ontem era presente, uma semana, um dia, uma hora, um mês, anos.

Na verdade você não sabia que as coisas acabariam algum dia, ou talvez nosso interno soubesse disso, pensem bem, mas ninguém está preparado para encarar a realidade no seu aspecto mais nevrálgico do ser, você sabia que nada dura para sempre tudo tem início, meio e fim e tentar reiniciar o novo processo...

Mas pensamos que nós somos diferentes de todos? Pensou errado outra vez...

E se acabasse e você não ficasse tão mal? E não fosse esse monstro de cinquenta cabeças que agora parece ser? E se você definitivamente pudesse se desvencilhar daquilo que passou e, por fim, conseguisse abrir logo a janela e olhar a beleza do que há lá fora? E que o sol está logo ali e que você já está pisando na estrada que te levará para o mais inesquecível dos verões?

Não é fácil esquecer o que foi vivido, zerar a pedra, pedir uma nova rodada ou uma nova chance, colocar em prática a velha balela de que o presente se constrói sobre o passado.

Viver é para os fortes. Talvez lhe doa, entender que o ciclo se fechou e ter que confiar que o que aconteceu, foi que outro ciclo se iniciou difícil de aceitar, mas!

Você lembra que não é a primeira vez, que já passou por baques mais fortes e aí está, mas você já está na estrada novamente, frágil debilitada/o, como todo bom soldado que volta da guerra, firme e forte, em pé, pronto para começar uma nova jornada com destino ainda um pouco desconhecido. Medo e insegurança ao seu redor.

Foram bom tempos, sonhos, projetos, ideias, desejos, choros, alegrias, paz, finais de semana, luta, dinheiro, viagens, energia... Não é fácil lidar com as nuvens negras que vem junto da sensação de incompetência, tristeza, medo, fracasso e, culpa...

Fazemos aquela famosa pergunta: se tivéssemos feito diferente? Não foi feito,

o tempo não volta, passado já passou, agora é olhar para frente, aprender o que deu pra aprender e ter gratidão verdadeira pela experiência, independente do resultado, tudo foi bom, fica a saudade  e para contar uma nova historia. 

Miguel Angel. 

UM LUGAR PARA MORAR


Alguns conceitos sobre o melhor lugar para morar funcionam como referências na minha experiência como consultor em harmonização de ambientes.

Nossa primeira moradia foi o útero materno. Lugar onde tínhamos calor, carinho, abrigo, proteção, alimentação, paz, tudo que desejamos em um local para habitar.

Após nove messes nesse estado de conforto, nascemos e emigramos para outros espaços. Socializando e vivendo. Esses locais foram nos representando e os denominamos casas...

-Como está sendo morar na sua casa atualmente?

- Vocês estão tendo ou vivendo a sensação de abrigo nesse espaço?

- Você se sente protegido na sua casa?

- O que esta faltando para esse espaço representar um novo útero?

Feche os olhos e o envolva como seu. Se aconchegue, receba carinho e sinta-se protegido e não chute para sair desse útero que agora é sua casa.

Dessa maneira, esse lugar que você escolheu para viver está te alimentando emocionalmente.

Na verdade, você escolheu ter um útero ou uma casa feita de alvenaria, com uma porta de entrada, janelas, cama para dormir, telhado para proteção da chuva ou do frio, ou até dos mosquitos e vírus?

Observe as cores, a iluminação apropriada. Cuide dos móveis, utensílios e paredes.

Proteja a sua casa, do desgaste do tempo e a alimente com higiene e organização. Ouça músicas semelhante a voz suave de sua mãe.

Avalie e harmonize esse espaço para poder descansar e recuperar, nascendo para um novo dia.

Miguel Angel.

 

A MESA


Todo domingo, durante a minha infância, ao meio dia, não interessava o cansaço, compromisso, lazer. Nessa hora, era sagrado sentar à mesa para almoçar em família. Outro costume era tomar café com minha mãe, me perguntando sobre a escola, sobre a merenda que iria levar nesse dia, com os cuidados que uma mãe sempre dedica.

A mesa da sala de jantar representava o personagem principal no cenário do lar.

Acompanhando o processo de evolução da arquitetura, com a chegada dos anos 80, na decoração das casas, se planejava a sala de jantar como local para reunir a família e os amigos. Costumes mudando e os projetos das moradias se transformando em espaços menores, por situações econômicas e demográficas, a tal mesa, que era tão importante no passado, deixou de existir.

Como consultor em harmonização de ambientes, entendo que esse objeto que promove a união da família, dos amigos ou encontro com você mesmo, passou a ser obsoleto. O tempo e o espaço impedem a atuação desse personagem: a mesa.

Estar à mesa é um convite para se alimentar emocionalmente, mais a falta dessa personagem pode trazer dificuldade de engolir e indigestão.  

A mesa sinaliza a forma como você esta se alimentando, combustível para fornecer energia para que a vida permaneça, embora, ela represente muito mais.

-Como esta a sua relação de afeto com a família na mesa?

-De que maneira você tem convivido com seu grupo de amigos?

-Há convites ou você convida amigos para encontros à mesa?  

Não tendo mais essa mesa nos lares como antigamente, tenha uma mesa pequena ou bancada. Não perca o habito e valorize a importância desse objeto na casa.

Por evolução da raça humana, vivendo a quarta revolução industrial, tempos modernos, perdemos a mesa. E a vida sem união, sem encontros e sem afeto segue seu caminho.

Miguel Angel.