No meu tempo de estudante, recorríamos aos livros para pesquisar Ciências, História e Arte. Quando queríamos saber sobre o significado de uma palavra íamos ao dicionário, livro enorme e pesado.
Para a nossa localização no espaço, buscávamos em
três livros com mapas de nossa cidade que a empresa de telefonia oferecia. Não
sou saudosista. Sou apenas um espectador.
Hoje temos as redes: a nossa pesquisadora, nossa historiadora, nossa guia de turismo e guia de endereço.
As redes dominam a nossa vida.
Se quisermos visitar o Museu de Louvre em Paris, as Pirâmides do Egito ou a Muralha da China, pesquisar distâncias, receita de bolos, tudo está a nossa disposição num simples, clik...Sonhamos, pensamos, desejamos e buscamos. Tudo esta em nossas mãos.
A Biblioteca Universal disponível. Somos
onipotentes.
Que bom... Que fácil eh.
Estamos envolvidos mais com as redes que com o próximo. O isolamento globalizado.
O distanciamento emocional entre os seres humanos, a redes não avalia.
O afastamento de jovens e crianças, na busca por
informações como a descoberta de um tesouro, nos livros e nas conversas com os adultos,
também não é avaliado.
Desenvolver a sexualidade, a rede sabe, porquê não vivenciar?
Saber errar para aprender, a rede não sabe.
A curiosidade de descobrir coisas novas acaba em 3 min... Já foi pesquisado e postado.
A descoberta de um novo território, já está postada por alguém que visitou...
A procura de relacionamentos amorosos, encontrar o parceiro com as características desejadas, ela acha, o cupido virtual, é muito fácil, mas não se responsabiliza pelas consequências emocionais.
O tempo que perdemos nas redes com pesquisas, a rede não quantifica.
-Qual é o tempo que perdemos em viver?
-Qual é o tempo que dedicamos em ver o que outro faz?
-As redes sabem que estão roubando nossa liberdade de ir e vir?
Milhares de aplicativos para
pesquisas, compras, detetives virtuais, moda, sempre induzindo ao consumo, manipulando
e isso sem falar dos fake news.
Elas nos proporcionam informações importantes, mas a perda de liberdade, isso, a rede não tem tempo nem espaço para avaliar.
Cuide de seu tempo.
Use seu tempo na iniciativa da descoberta, na
conquista de arriscar e até de errar, porque o erro faz parte do aprendizado.
Nos anos 2000 estávamos preocupados com que no futuro, a máquina iria substituir homem, hoje estou percebendo que o homem se transformou em máquina.
Miguel Angel.